quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Nobel de Literatura premia o francês Patrick Modiano

Da Agência Lusa


O Prêmio Nobel de Literatura foi concedido ao escritor francês Patrick Modiano, anunciou hoje (9) o júri. "Por meio da arte da memória, ele evocou os mais inapreensíveis destinos da humanidade”, afirmou o secretário permanente do Comitê do Nobel, Peter Englund, ao anunciar o nome de Patrick Modiano.

Suecos lotam livrarias de Estocolmo em busca de livros do francês Patrick Modiano, minutos depois de ele ter sido anunciado vencedor do Nobel de Literatura Henrik Montgomery/TTNews Agency/Lusa/Direitos Reservados

Modiano, de 69 anos, recebeu algumas das mais importantes premiações francesas como o Prêmio Goncourt, em 1978, o Grande Prêmio de Romance da Academia Francesa, em 1972, e o Grande Prêmio Nacional das Letras de França, em 1996.

Patrick Modiano, o décimo quinto autor francês agraciado com o Nobel da Literatura, é considerado um mestre da literatura francesa contemporânea. Ele é autor de mais de 30 títulos, muito marcados pela experiência da 2ª Guerra Mundial e pelas sequelas da ocupação nazista.

O prêmio será entregue em uma cerimônia em Estocolmo, em 10 de dezembro, dia do aniversário do industrial Alfred Nobel, que instituiu a premiação.

No ano passado, a vencedora foi a canadense Alice Munro.

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Resultado do nosso desafio

No mês de agosto nós propomos um desafio, onde cada pessoa deveria ler quatro livros em 30 dias. Para saber se nós conseguimos ou não bater a meta, basta clicar no vídeo abaixo:


terça-feira, 23 de setembro de 2014

“O urubu-rei” e outras conto-preciosidades brasileiras em livro

Obra de Marco Haurélio reúne rico acervo com 22 contos regionais apurados em trabalho que durou cinco anos



O cordelista e pesquisador da cultura popular brasileira Marco Haurélio, na tentativa bem-sucedida de reunir contos populares recolhidos diretamente da memória coletiva do brasileiro, deu origem ao livro O urubu-rei e outros contos do Brasil, que chega agora pela Volta e Meia – selo infantil da editora Nova Alexandria.  São 22 histórias apuradas entre 2005 e 2010, em um trabalho minucioso, que procura manter não só a essência como a oralidade de tais narrativas.

A maior parte dos envolvidos no projeto é do interior da Bahia, onde a caatinga abraça o cerrado. As primeiras narrações se situam nos domínios da fábula, pois pertencem ao tempo em que os bichos falavam. Outras histórias têm base no conhecimento religioso, como emAdão e Eva, versão paralela ao relato bíblico do Gênesis. Neste, explica como surgiu o pomo de Adão, o gorgomilo, a origem da agricultura e do extrativismo vegetal.
           
Os contos de fadas também se fazem presentes, a exemplo de O cavalo encantado e de Maria Borralheira, uma versão muito bem “abrasileirada”, se assim podemos dizer, do clássico Cinderela, dos irmãos Grimm. O autor considera que, “dentre tantas pedras preciosas do nosso garimpo”, O Urubu-Rei, a versão baiana do Rei Lear é a mais valiosa delas.  
            
“O nosso conto, no entanto, ameniza o lado trágico da peça de Shakespeare, pois traz um príncipe enfeitiçado numa ave de rapina das regiões tropicais, o urubu-rei (Sarcoramphus papa), que vem a ser o salvador da heroína, expulsa e condenada à morte pelo pai por sua sinceridade no relato de um sonho”, diz ele.
           
Para dar um “empurrãozinho”, o Vocabulário tira a dúvida no caso de expressões como “de bucho”, que significa grávida; “tirar tirão”, que na verdade nada mais é que divertir-se à custa do outro. E sinônimos como “Cão”, referência ao Diabo; “Manga”, que ao invés da fruta, refere-se ao pasto, entre outros.
           
Se essa obra, que une tantas outras em um projeto único – em número e qualidade – é importante e essencial para o público infantil, deve também ser tratada como obrigatória para todos aqueles que desejam conhecer mais da cultura brasileira. São 87 páginas de uma leitura curiosa e instigante, que por muitas vezes te permite ouvir a voz e velocidade no discurso de cada narrador, já que Haurélio preocupou-se muito com essas características.

O autor, por ele mesmo:
           
Nasci numa localidade chamada Ponta da Serra, no sertão da Bahia, hoje pertencente ao município de Igaporã. Na época em que nasci era parte do município de Riacho de Santana. A casa de minha avó Luzia Josefina (1910-1983) era, como se dizia então, parede e meia com a de meu pai. Sempre que podia, ia à sua procura para ouvi-la narrar as histórias fabulosas que me transportavam para reinos distantes, habitados por heróis valorosos, princesas encantadas e gigantes orgulhosos. E também para a leitura noturna dos folhetos clássicos da literatura de cordel, como João Acaba-Mundo e a serpente negra, de Minelvino Francisco Silva, e Juvenal e o dragão, de Leandro Gomes de Barros. Desde os sete anos, passei a anotar essas histórias, ao mesmo tempo em que já escrevia meus primeiros folhetos de cordel.
           
Passou o tempo, cursei Letras Vernáculas na Universidade do Estado da Bahia em Caetité e, já no final do curso, inspirado pelos poderosos exemplos de Luís da Câmara Cascudo e Sílvio Romero, resolvi reunir em uma ou em várias publicações a rica tradição oral da região. Foi um trabalho árduo, mas reconfortante, pois, a cada história gravada ou anotada, estabelecia-se um vínculo de amizade com o narrador, e a certeza de que, aqui e ali, eu garimpava algumas pedras preciosas. O trabalho, iniciado em 2005 e jamais interrompido desde então, resultou em vários livros que incluem a contística e a poesia popular (cancioneiro). Algumas joias deste garimpo, que, mesmo lapidadas, não escondem as marcas da oralidade, compõem este livro. Outras foram recriadas em cordel e, misturadas às minhas memórias afetivas, ajudam a compor parte de minha trajetória como poeta cordelista e pesquisador da cultura popular brasileira.

Ficha Técnica:
Tamanho: 14X21cm
Páginas: 96  
ISBN: 9788565746335
Preço de capa: R$ 25,00


Fonte: Assessoria de Imprensa

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Biblioteca Digital Camões disponibiliza diversos livros de literatura

A Biblioteca Digital Camões oferece para download gratuito diversos livros de literatura.

Leitores podem encontrar títulos como “A Pavorosa Ilusão”, de Manual Maria Barbosa du Bocage, “As Pupilas do Senhor Reitor”, de Júlio Dinis, “Alto da Alma”, de Gil Vicente, entre muitos outros.

Confira a lista completa no site da biblioteca.


Fonte: Catraca Livre

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Com livros achados no lixo, morador do DF aprende a ler e se torna médico

Órfão aos 2 anos, ele cresceu no Chaparral e buscava comida pelas ruas.
Cícero conheceu obras de Bach, Beethoven e Kafka por meio dos descartes.


Cícero Pereira Batista mostra livros achados no lixo
e com os quais estudou para virar médico
(Foto: Raquel Morais/G1)
Órfão de pai aos 2 anos e tendo a mãe alcoólatra e um dos sete irmãos traficante, o médico de Brasília Cícero Pereira Batista, de 33 anos, conseguiu vencer as adversidades estudando a partir de livros que retirava do lixo. Ainda criança, ele saía do Chaparral, onde a família mora até hoje, e percorria 20 quilômetros todos os dias pelas ruas de Taguatinga em busca de comida.

Junto com as sobras de alimentos descartados no lixo, Batista recolhia todos os livros que encontrava e vinis de Beethoven e Bach, atualmente suas inspirações. Ele se formou há menos de três meses e agora sonha em abrir um consultório.

"Meu pai era quem fazia o sustento de casa, e morreu de uma úlcera que provocou hemorragia interna. Minha mãe ficou louca e bebia muito. Ela começou a lavar roupa para fora e a catar latinha no meio da rua, mas não era suficiente. A gente sempre passou fome, tudo o que ela fazia não dava jeito. E meu irmão levava traficante para a nossa casa. Aliados a nossa miséria, tínhamos o alcoolismo e as drogas dentro de casa. Eu saía para buscar comida – a gente não tinha mesmo, não tinha nem o que vestir – e tinha dias que não voltava. Eu não precisava, mas tinha dias que dormia na rua para não ter que aguentar as brigas", lembra.

Na procura por alimento, o garoto encontrou coisas que lhe despertavam uma atenção ainda maior. As páginas cheias de letras e figuras e os discos o deixavam fascinado, ainda que misturados ao chorume que havia no lixo. Cícero sempre reservava um pedaço da caixa que carregava para os "tesouros". Com a ajuda de vizinhos, ouvia os vinis e pôde aprender a sonoridade de cada letra.

"Fui juntando as sílabas e compreendendo as sentenças e palavras. Quando entrei na escola para fazer o primário, já sabia ler, escrever e fazer as operações fundamentais. Entrei tarde, acho que eu tinha 10 anos, eu que pedi para a minha irmã me matricular", diz. "Eu trazia a caixa na cabeça debaixo de chuva e sol. Muitas vezes, escorria secreções dos alimentos e das carnes em mim. Eu parava, descansava um pouco e então seguia para casa."

Entre as obras que encontrou descartadas estavam "O sermão de Santo Antônio aos peixes", do Padre Antônio Vieira, e "A metamorfose", de Franz Kafka, além de "Magnificat" e a cantata "BMV 10" de Bach. O menino também achou livros de biologia, filosofia, teologia, direito e história e passou a colecioná-los em casa. Tudo era lido por ele.

"Amo Bach e Mozart. Junto com os livros, eles me salvaram. Eles falavam mais alto que a fome e me transportavam para outros mundos", conta o médico. "Depois descobri Vivaldi e Strauss e comecei a amar música clássica. Às vezes eu pensava, vendo a vida dos compositores, que se Bethoven era surdo e fez o que fez, eu não poderia tentar? Eu, mesmo com fome, mesmo com adversidades, pobre, negro, não sendo homem bonito, conseguiria chegar lá. E é isso que a gente tem que pensar, que todo esforço é poder."

A inspiração o levou a fazer um teste para o curso profissionalizante de técnico de enfermagem, que valia como ensino médio. A ideia veio dos cuidados que ele tinha com a saúde da família e do gosto por dissecar cachorros mortos ou observá-los ampliados com a ajuda de uma lente achada em máquina de fotografia Polaroid, também tirada do lixo. O jovem foi aprovado em segundo lugar na seleção.

Após concluir os estudos, Cícero decidiu então prestar concurso e passou a trabalhar na Secretaria de Saúde. O pouco dinheiro já era um alívio diante das dificuldades vividas pela família, mas o rapaz queria mais. Três anos depois, fez vestibular para medicina em uma faculdade particular no interior de Minas Gerais, passou e, sem pensar duas vezes, decidiu enfrentar o novo desafio.

Como não podia abrir mão do emprego, o jovem se dividia entre os plantões aos fins de semana no
O médico Cícero Pereira Batista, de Brasília
(Foto: Cícero Pereira/Arquivo Pessoal)
Distrito Federal e as aulas na outra cidade. O salário seguia contado. "Acabei passando fome, cheguei a desmaiar em sala. Por vezes, precisei dormir na rodoviária para economizar", lembra.

Um ano e meio depois, o rapaz conseguiu 100% de desconto em uma instituição de Paracatu (MG) por causa do bom desempenho no Enem. A faculdade se recusou a aproveitar os três semestres feitos em Araguari, e Cícero precisou recomeçar os estudos. Seis meses depois, já em 2008, ele repetiu o resultado e conquistou uma bolsa integral em Brasília.

"Quando vim, eles aproveitaram algumas matérias, mas também não quiseram me progredir de período, portanto eu voltei à estaca zero de novo. Mas eu nunca desisti, continuei trabalhando e fazendo o meu curso. Eu saía do plantão noturno para a faculdade. Era muita dificuldade, tinha dias que eu chegava molhado e sujo porque tinha chovido, eu pegava dois ônibus, e no trabalho eu era obrigado a usar roupa branca", conta.

Sem os custos com passagens de viagens interestaduais e a mensalidade, Cícero pôde se dedicar melhor às paixões. Ele virou frequentador assíduo de sebos e passou a comprar mais livros e vinis. Assim, reforçou a paixão pelos autores e músicos que conheceu por meio do lixo e pôde estender as noções que já tinha na área. As primeiras compras para si foram livros da faculdade de medicina e CDs de música clássica.

"Nunca foi fácil, meu dinheiro nunca foi suficiente, mas eu não cedi. Eu me esforcei, eu não me rendi às adversidades financeiras, às adversidades das drogas. Eu dormi no meio da rua fugindo das drogas que tinha dentro de casa muitas vezes. Eu não era morador de rua, eu tinha onde ficar, mas eu dormia fora para evitar a situação. Nunca usei droga, nunca botei um cigarro de maconha ou qualquer cigarro na boca, nunca bebi", explica.

Formado em junho deste ano, Cícero atualmente trabalha como médico clínico e generalista em dois hospitais de Águas Lindas e Valparaíso, municípios no Entorno do DF. Ele afirma reconhecer em muitos pacientes um quadro semelhante ao que viveu. "São iguais a mim. São pessoas que muitas vezes chegam com fome, chegam doentes porque não tiveram o que comer"
Para ele, a experiência na infância acaba o ajudando a cumprir o que considera uma missão. "O médico muitas vezes tem essa autonomia de aliviar o sofrimento. Eu me formei em medicina para aliviar o sofrimento de pessoas que estavam como eu."

Futuro

Além de continuar prestando atendimento a quem vive em situação de vulnerabilidade social, o médico planeja a abertura de um consultório particular na capital do país e acumula os sonhos de fazer residência em psiquiatria e especialização em medicina aeroespacial fora do Brasil.

Izaltina Batista e o filho Cícero, na casa da família
(Foto: Cícero Pereira/Arquivo Pessoal)
"Gosto de entender os conflitos humanos, as fugas, os processos que levam a pessoa à dependência química, à realidade de alguns familiares meus, como o alcoolismo da minha mãe e o uso de drogas do meu irmão. Como estas pessoas se entregaram ao vício? Como tratá-las? Como curá-las? Eu também sempre gostei das coisas do espaço, das estrelas, pois de certa forma olhar e compreender o céu me aliviavam o sofrimento e a fome e me davam força para seguir em frente", declarou.

O profissional, que voltou a morar com a mãe no Chaparral, afirma ainda querer comprar um apartamento para poder morar sozinho, além de promover melhorias na casa da família. "Está em pedaços e mofada, e minha mãe por isso tem pneumonias de repetição. Se eu não conseguir reformar a casa da minha mãe, [quero] tentar comprar uma para ela."

"Minha mãe está velhinha e precisa de um mínimo de conforto e paz. Ela cuidou de muitos filhos, já está na hora de eu cuidar dela agora que eu me formei médico. Não quero que ela passe fome de novo, não quero que ela viva em uma casa com goteiras e mofo. Esses últimos ideais são meus sonhos de realização imediata e necessária", afirmou.

Fonte: Raquel Morais – G1 DF


terça-feira, 26 de agosto de 2014

O futuro de nós dois - Jay Asher e Carolyn Mackler


Em O futuro de nós dois temos uma história diferente e curiosa para os amantes da literatura young adults. A trama se passa em 1996, quando a internet ainda engatinhava e não havia o menor indício de redes sociais. Emma Nelson é uma adolescente comum, que enfrenta problemas com os pais separados e ganha do pai um computador de presente. Ela recebe do vizinho, Josh, um CD-ROOM com o programa da Aol para criação de conta de e-mail e quando Emma instala o software o inesperado acontece: uma página se abre na tela e mostra trechos de um futuro ainda desconhecido: O facebook.

Essa ligação entre o passado e o futuro que se pinta nas redes sociais causam um impacto atenuante. Imagine se as informações que fornecemos nas nossas timelines hoje pudessem ter sido acessadas por nós no passado? De que forma isso poderia ter interferido nas nossas decisões? Com certeza alteraram as de Josh e Emma. Em uma semana, algumas postagens foram modificadas e vários futuros foram construídos pelos nossos protagonistas.

O livro todo é narrado em primeira pessoa, mas de forma alternada entre os dois personagens principais. O mais legal é que o Jay Asher escreve como Josh e a Carolyn Makler é a voz da Emma, tornando a diferença nas personalidades dos dois jovens mais notória. Uma ideia bacana que deixou a obra mais rica.

A principal discussão é válida e acho importante para ser debatida entre os jovens. É uma leitura gostosa e rápida de levar. Ótima dica para quem vai viajar e quer algo leve para ler no percurso.


terça-feira, 12 de agosto de 2014

Autora potiguar lança obra infantil na Livraria Nobel dia 30




Ela é da geração Harry Potter, que aprendeu a gostar de ler através da saga do bruxinho mais famoso do mundo, sucesso da escritora britânica J.K Rowling. Mas o gosto adquirido na adolescência pela leitura desencadeou uma nova paixão em sua vida. Carol Vasconcelos se transformou numa escritora muito criativa e prepara o lançamento do seu segundo livro, “A Filha de Gaia”, pela editora Ideia. O evento será dia 30 de agosto, na livraria Nobel, às 19h.

Da imaginação fértil de Carol Vasconcelos, saem histórias fantasiosas que fazem analogia com a triste realidade da devastação ambiental causada pelo ser humano. No primeiro livro, “Contos do Mundo Mágico”, e no mais recente, “A Filha de Gaia”, feiticeiras, elfos, duendes, fadas e outros seres vivem em mundos tão reais, em sua descrição, que os leitores com certeza também vão se apaixonar por esse mundo de fantasia e magia.

Ela destaca que sua mãe, escritora Carmen Vasconcelos, sempre foi sua grande incentivadora, que insistia para ela se interessar pela leitura e nada a prendia diante de um livro, até ser apresentada ao primeiro volume da série Harry Potter. “Ela realmente foi salutar nesse processo, porque eu realmente não gostava de ler”, declara a moça sonhadora, que se formou em psicologia e concilia as duas profissões. 

Serviço:

Lançamento do livro “A Filha de Gaia” – por Carol Vasconcelos
Dia 30 de agosto de 2014, 19h 
Livraria Nobel – Tel.: (84) 3613-2007
Av. Sen. Salgado Filho, 1782. Tirol. Natal-RN
(Em frente ao hospital Walfredo Gurge) 

Fonte: Moisés de Lima - Tribuna do Norte

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

O Projeto Rosie - Graeme Simsion



Don Tillman tem 39 anos, é professor de genética em uma renomada universidade da Austrália e dedicou grande parte da sua vida à ciência. Apesar de estar relativamente satisfeito com a sua rotina, completamente programada, Don acredita que já está na hora de arranjar uma companhia feminina para reproduzir o seu DNA, dando início ao Projeto Esposa.  
A ideia parece louca no início, mas com o tempo vamos aprendendo a enxergar as coisas com a ótica nada sentimental do Don, isso porque o livro todo é narrado em 1ª pessoa, o que torna a leitura muito mais divertida. A história é bacana e nos faz refletir sobre vários aspectos da vida a dois que só uma pessoa extremamente racional seria capaz de fazer. É também uma boa forma de entender um pouco mais sobre os portadores da Síndrome de Asperger e suas mentes brilhantes.  
Para conseguir a mulher ideal, Don desenvolveu um questionário meticuloso, afim de eliminar candidatas indesejáveis. São requisitos importantes: Não fumar, possuir um IMC (Índice de Massa Corporal) abaixo de 25 e nunca se atrasar mais do que cinco minutos. No meio do processo de encontrar a parceira ideal, ele acaba esbarrando com Rosie, uma mulher inadequada, segundo os seus critérios de avaliação, mas que de alguma forma consegue transformar a vida deste cientista adorável.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Desafio: Vamos ler mais em agosto!

O natalense lê em média quatro livros por ano. A informação faz parte de uma pesquisa realizada pelo Instituto de Desenvolvimento da Educação (IDE) em 34 bairros da capital potiguar, publicada no final de julho deste ano. Pensando nisso, resolvemos criar um desafio e você também pode participar conosco. Clique no vídeo abaixo e saiba como:



terça-feira, 22 de julho de 2014

Em entrevista, Markus Zusak fala sobre seu novo romance e a arte de escrever



O mês de junho trouxe uma surpresa muito especial para Markus Zusak: ele foi agraciado com o prêmio Margaret A. Edwards, em reconhecimento por uma “significante e duradoura contribuição para a literatura juvenil”. A premiação anual é patrocinada pela School Library Journal (SLJ) e coordenada pela Young Adult Library Services Association (YALSA). A jornalista Angela Carstensen aproveitou a ocasião para entrevistar o autor, antes de ele desaparecer em uma de suas escapadas para um lugar tranquilo para fazer o que mais lhe agrada: escrever!

Confira a entrevista abaixo:

Angela Carstensen – Como você se sentiu quando soube que tinha ganhado o prêmio Margaret A. Edwards?

Markus Zusak – Receber o prêmio foi bizarro. É bem característico de um australiano como eu sofrer um baque desses, dizer “que bom” e simplesmente seguir em frente. Foi uma imensa honra, mas eu cresci sendo ensinado a não me vangloriar. Comecei a escrever ainda jovem e tive a oportunidade de crescer como escritor. Meu jeito de encarar tudo isso é tentando sempre melhorar. É o que um escritor faz para se manter relevante.

AC – Qual a sua conexão com S. E. Hinton? Por que é tão significativo que ela tenha sido a primeira escritora a ganhar o Edwards?

MZ – Eu já conhecia o prêmio e sabia que Hinton havia sido a primeira a recebê-lo. (Não que acreditasse que um dia seria premiado!) Sempre acompanhei a carreira de Hinton. Considero muito importante ela ter ganhado o prêmio, já que foi uma pioneira da literatura infantojuvenil e causou um impacto enorme no público leitor. Ela fez com que eu quisesse ser escritor. Eu era adolescente quando li Taming the Star Runner [1988, não publicado no Brasil], e um dos personagens desse livro era escritor. Lendo, eu conseguia me enxergar ali, nos livros dela. Era real! Minhas primeiras tentativas de escrever, aos 16 e 17 anos, foram horríveis. As oito páginas da minha primeira novela poderiam ganhar o prêmio de pior livro de todos os tempos.

Quando olho para minhas primeiras histórias, fico aliviado que não tenham sido publicadas. Eram muito parecidas com as de Hinton. Nós, autores, começamos a escrever imitando nossos heróis, e mantemos o espírito dessa admiração na obra. Com o passar do tempo, chegam outras influências e encontramos nossa própria voz. Mas a voz dos escritores que amamos continua lá. Cameron, por exemplo, foi inspirado no Ponyboy de Hinton.

AC – A luta é um tema comum em seus livros. De onde vem isso?

MZ – Vou ser bem sincero: não faço a menor ideia. Outra coisa recorrente em meus livros é a corrida. Nunca me meti em uma briga de verdade e não gosto de correr. Acho que isso vem de duas áreas: se você é um escritor, pode escrever sobre algo que gostaria de fazer na vida real. É uma das coisas que mais me encantam.

Há um fluxo de ideias no inconsciente quando se escreve. A corrida e a luta também estão presentes no meu novo livro. Meu irmão e eu somos parecidos em diversos aspectos – na voz, na aparência –, mas claramente diferentes em outros. Um deles é que, em matéria de esportes, meu irmão consegue fazer qualquer coisa. Então ele nunca teve que se esforçar, enquanto eu sempre precisei correr atrás para conseguir algum resultado. Normalmente isso funcionava para mim, e eu tinha o maior apreço pelas minhas conquistas. No começo, eu não escrevia bem.

Muitas pessoas abominam o boxe, e concordo com elas, mas admiro homens e mulheres que conseguem subir em um ringue, onde não há como se esconder. Assisti ao vivo a pouquíssimas lutas de boxe, e acho que são diferentes de tudo. Não fui lá para ver sangue, mas para ver a coragem de alguém capaz de se levantar e continuar lutando. E pelo respeito que costuma estar presente ao fim do combate. É diferente de qualquer outro esporte. É possível sentir a intensidade – não é uma sensação bonita, mas há algo totalmente real ali.

Todos são livres para discordar de mim. Certa vez, uma professora me escreveu decepcionada com a violência em Eu sou o mensageiro. Ela dizia que os leitores eram jovens e que eu dizia a eles que resolvessem seus problemas através da violência.  Respondi a ela pedindo desculpas por tê-la desapontado e expliquei as razões das escolhas que fiz. Acredito que o papel de um escritor seja procurar a realidade e sacudi-la. Há violência em todos nós, e beleza e força e fraqueza. Qual é meu dever? Escrever apenas sobre a beleza e a força, ou escrever sobre tudo o que existe? Essa é a minha maior responsabilidade, escrever sobre como vejo as coisas e como são de fato.

Então a luta funciona em diferentes níveis: há o aspecto físico, mas também o esforço e a batalha para se levar uma vida digna. Meus personagens brigam consigo mesmos e com o que há ao redor. Eu também luto enquanto escrevo, para produzir a melhor história que puder.

AC – Na sua opinião, por que os jovens estão dispostos a encarar um romance tão complexo e longo quanto A menina que roubava livros?

MZ – Nós subestimamos demais os adolescentes. Notamos apenas as coisas mais banais e corriqueiras, como o que vestem, por exemplo. Mas então escutamos histórias sobre um bebê que caiu no trilho de um trem, e normalmente é um adolescente quem o salvou e foi embora porque não queria receber nenhum crédito. Reconheço isso porque escrevo livros para adolescentes – eles basicamente sentem com mais intensidade que os adultos. Eles desejam coisas com mais vontade do que se imagina. Eles querem coisas com uma profundidade maior do que se imagina. Adolescentes têm muita força de espírito, algo que os adultos esqueceram que possuem dentro de si.

Quando eu era adolescente, adorava personagens, e são eles que fazem um grande livro. Você pode ter uma trama sensacional, mas se não tiver bons personagens… Eu sabia que precisava amar os personagens de A menina que roubava livros. E amei.
Há um tipo de magia no ar que faz algo dar certo, que atrai a atenção das pessoas. Eu me considero um cara de sorte por existirem adolescentes por aí que leram meu livro.

AC – No que você está trabalhando agora? Pode nos contar qual foi sua inspiração para o próximo livro?

MZ – Nunca me preocupei em manter segredos. Escrever é meu trabalho. O do meu irmão é pintar casas. De certa maneira, o trabalho dele é diferente. Ele acorda de manhã e sabe que consegue pintar uma casa. Enquanto eu muitas vezes penso que preciso ter muita crença em mim mesmo para terminar um livro. O trabalho é o mesmo. Não me vejo como um artista delicado que precisa se manter reservado. Sinto-me como um prestador de serviços como meu irmão. Eu apenas vou lá e faço o meu trabalho.

Meu novo livro, Bridge of Clay, é sobre ambição e sobre aqueles momentos em que transcendemos nossas limitações humanas. É sobre um menino construindo uma ponte – ele está moldando sua vida nessa ponte. Ele quer que ela seja perfeita. O nome dele é Clay. O barro [clay em inglês] pode ter qualquer forma, mas precisa do calor do fogo para se solidificar. O rio inunda, mas quando retorna ao seu leito, o sol se levanta e o fogo se estabelece. O barro e Clay se consolidam nesse momento. Esse é o fim que sempre tive em mente. Então percebi: não é assim. Está um pouco além disso. E aí mora a arte. Só é necessário observar por tempo suficiente. O romance também é sobre família, e sobre o que aconteceu com Clay no passado. Provavelmente é também baseado no modo como quero transcender algo quando estou escrevendo.

No que se refere à pressão para terminar o livro novo: escrever é bem difícil. Veja bem, sou o cara mais sortudo do mundo. Sou pago para criar coisas. Lembro-me o tempo todo do quanto amo o que faço – amo os desafios, amo que não seja uma tarefa fácil. É um prazer ter esses momentos em que escrevo algo de que realmente gosto e não sabia que isso ia acontecer ao sair da cama pela manhã. Se você se esforçar, mas sem exagero, vai acontecer, porque você ama o que está fazendo. Você espera que, ao fazer cada pedacinho da maneira certa, vai conseguir fazer aquilo tudo acontecer.


Fonte: http://www.intrinseca.com.br/

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Milagre nos Andes - Nando Parrado


Um dos mais famosos desastres aéreos já registrado na História é narrado por um dos 16 sobreviventes do “Milagre nos Andes”
 
 
No relato de uma história real que teve início em outubro de 1972, o uruguaio Nando Parrado narra sobre o acidente do avião Fairchild F-227, da Força Aérea Uruguaia, que levava um jovem time de rugby do país, além de familiares e amigos, para um amistoso no Chile. No entanto, o avião caiu nas profundezas dos Andes e deixou inicialmente apenas 29 dos 45 passageiros vivos. Esse seria apenas o começo de uma jornada fria, triste, emocionante, mas que acima de tudo contou com a esperança de muitos dos passageiros em um total de 72 dias.
Após a queda, o autor do livro passou três dias desacordado e ao despertar soube que havia perdido a mãe e que estava quase perdendo a irmã. Em meio ao desespero, os sobreviventes tinham que dar um jeito para não serem vítimas do frio intenso e da falta de comida. Para isso, todos se abrigaram na fuselagem do avião e foram obrigados a comer carne humana.
Cansado de esperar por um resgate que não aparecia, após dois meses Nando Parrado e um de seus amigos resolveram realizar uma travessia nos Andes, no qual percorreram 100 quilômetros em 10 dias sem qualquer equipamento adequado para a caminhada e escaladas, até encontrarem um camponês que salvariam suas vidas.
Narração bastante detalhista, emocionante e envolvente que mostra a importância da fé para lutar pela vida, além de ser uma admirável leitura para conhecer um pouco mais sobre o acidente e sobre essa longa jornada em busca da sobrevivência. 

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Aluno do Salesiano Dom Bosco lança livro

"Caçador de Palavras", de Lucas Dias, será lançado no dia 5 de junho, na Livraria Nobel




Escrever um livro não é uma tarefa fácil. Leva tempo, disposição, criatividade e muita dedicação. O aluno Lucas Dias, da 2ª série da escola Salesiano Dom Bosco, em Parnamirim/RN, sabe bem disso. Com apenas 16 anos, ele se prepara para o lançamento da sua primeira obra, publicada pela Offset Editora. Intitulado “Caçador de Palavras”, o livro será lançado  no dia 05 de junho, às 19h30, na Livraria Nobel da Av. Salgado Filho.

O conto traz a história de um garoto que morava no interior e se muda para São Paulo, acompanhando a mãe jornalista que consegue um emprego na cidade. Ao chegar lá, ele conhece uma mendiga que o apresenta à poesia. “A história retrata a mudança da visão de mundo através da poesia. É isso que justifica o título do livro”, explica Lucas.

O interesse de Lucas pelo universo dos livros começou na infância, com os gibis da Turma da Mônica, de Maurício de Sousa. “Eu  lia os gibis pelas expressões faciais, que foi o que despertou meu lado criativo”, afirma. Com o tempo, ele passou a produzir textos e mostrar para seus familiares, principais incentivadores. No começo de 2013, Lucas participou de um concurso de poesia pela internet e assim, retomou o hábito de escrever. No mesmo ano, o livro “Caçador de Palavras” começou a ser escrito.

Ele conta que além do incentivo da família, a troca de idéias e experiências com outros escritores foi fundamental para a realização do livro. Antes de ser publicado, o Caçador de Palavras foi lido por Natália Parreiras, escritora e fundadora da Brazil Poets Society. “Ela se interessou e pediu para escrever a orelha do livro”, conta Lucas, com entusiasmo. O contato com Natália também rendeu a Lucas a participação no grupo Lettrs, uma plataforma online onde os escritores do mundo inteiro compartilham textos e trocam sugestões.

Quanto perguntado sobre o futuro, Lucas diz que não pretende parar de escrever tão cedo. Ele planeja fazer o curso de Jornalismo e continuar sua carreira como escritor. “Escrever é uma arte difícil, requer tempo e maturidade”, diz o jovem escritor. Se depender do talento e disposição de Lucas, esta trajetória de sucesso está apenas começando...



Fonte: Assessoria de Comunicação 

terça-feira, 29 de abril de 2014

Livro propõe discussão sobre violência doméstica

Jovem protagonista de Uma razão para respirar sofre com abusos físico e psíquico familiares



Um livro novo chega ao Brasil com uma proposta muito característica: discutir e mostrar as aspectos ocultos na violência doméstica.­­­ Narrado pelos olhos da vítima, Uma razão para respirar traz ao leitor a possibilidade de viver na pele o drama de quem carrega, além da dor física, impactos psicológicos que influenciam suas escolhas, decisões, relacionamentos, vida social e o modo como enxerga a sua própria existência.

“A frente da minha cabeça bateu no batente da porta. Uma dor lancinante transpassou por minha cabeça conforme o corredor se turvava.  Meus olhos foram tomados de pontos pretos enquanto tentava me focar. Antes que pudesse me recompor, suas garras pegaram meu cabelo de novo e arremeteram novamente contra a madeira. O canto do batente chocou-se com o lado esquerdo de minha testa. A dor pungente sobre meu olho deu lugar a um fluxo quente que desceu por minha bochecha”.

Na trama, Emma Thomas vai morar com os tios George e Carol depois que a mãe, alcóolatra, a “abandonou”. O local que deveria ser seu novo “lar”, refúgio e recanto de felicidade, tornou-se, então, o inferno de sua vida. Lá passou a vivenciar sucessivas sessões de agressão e espancamento, além de ofensivas humilhações – que passavam despercebidas aos olhos da pequena prima Leyla, de quatro anos, mas já lamentadas pelo primo Jack, de seis.

Esse é o primeiro volume da série Breathing, escrita pela autora norte-americana Rebecca Donovan, essa obra best sellernos EUA promete chocar também o público brasileiro com uma realidade que está mais próxima do que se imagina. Só no Brasil, segundo dados da Sociedade Internacional de Prevenção ao Abuso e Negligência na Infância (Sipani), 12% das crianças menores de 14 anos são vítimas, anualmente, de alguma forma de violência. Então, fica a pergunta: diante dessa realidade, por qual razão respirar?

Sobre autora:

Rebecca Donovan é autora da lista USA Today Bestselling com a aclamada trilogia new adult The Breathing. Rebecca é graduada pela Universidade do Missouri, em Colombia e vive em uma pacata cidade em Massachusetts com seu filho. Animada com todas as possibilidades oferecidas pela vida, ela é uma entusiasta por musica e quer tentar de tudo um pouco.

Ficha Técnica:
Uma Razão para respirar 
Autora: REBECCA DONOVAN
Formato: 16 x 23 cm
ISBN: 978.85.61784
Preço: R$ 29,90

Fonte: Lilian Comunica – Assessoria de Imprensa

sexta-feira, 25 de abril de 2014

O Garoto no Convés - John Boyne



Em 23 de dezembro de 1787, com o apoio do poderoso Joseph Banks, o HMS Bounty zarpou de Spithead, Reino Unido, em uma missão oficial de sua majestade com o objetivo de chegar ao Taiti. William Bligh, tenente que navegara com o já imortalizado capitão James Cook, dirigia a viagem e ocupava o cargo de "capitão". Com ele, iam 45 homens, que apesar de experientes, ainda não conheciam as belezas da ilha de Otaheite (ou seja, o Taiti para o resto do planeta!).

Quem conhece um pouco da história das grandes navegações deve saber que a viagem não acabou muito bem para o capitão e outros 18 tripulantes. Na manhã de 28 de abril de 1789, os marujos do Bounty, liderados pelo segundo oficial no comando, Fletcher Christian, expulsaram o capitão e seus aliados do navio, pondo-os a bordo de uma pequena lancha no meio do oceano Pacífico, com provisões para cinco dias, uma bússola e um diário de bordo. Os desdobramentos daquele dia fizeram do motim no Bounty o mais famoso levante da história da Marinha Britânica. É baseado nesses fatos que John Boyne constrói a trama que dá forma a este livro.

Para mim, uma das características mais bacanas do autor é mesclar referências históricas com ficção através do olhar ingênuo de uma criança. Foi assim em O Menino do Pijama Listrado, que vocês já puderam conhecer através do blog. No caso de O Garoto no Convés, o nosso narrador é o jovem John Jacob Turnistile, de apenas 14 anos, e que carrega consigo uma história de abusos, inclusive de natureza sexual.

Após roubar o relógio de bolso de um fidalgo francês, Turnistile acaba detido e se vê encurralado entre passar doze meses no calabouço ou dezoito meses em "liberdade" como criado do capitão Bligh no HMS Bounty. A missão dos marujos era a seguinte: chegar ao Taiti para plantar e coletar mudas de fruta-pão, que seriam levadas até a colônia inglesa nas índias ocidentais a fim de baratear os custos da Coroa com a alimentação dos colonos. Na época, Turnistile não sabia o que era uma fruta-pão, muito menos onde ficava Otaheide, mesmo assim optou por seguir viajem com a embarcação.

No geral, a viagem até Otaheide foi tranquila, na época muitos comandantes puniam os marinheiros indisciplinados com chibatadas, mas até então apenas um homem havia sido açoitado no Bounty. Os problemas começaram em terra firme, quando os homens atracaram na ilha e descobriram um paraíso cheio de prazeres e mulheres seminuas. Foram cinco meses de trabalho, fartura em comida e sexo com as nativas. Até mesmo o jovem Turnistile caiu de amores por uma delas. Mas a hora de partir chegou e muitos marujos ficaram descontentes com isso, alguns haviam construído laços com as mulheres da ilha, se apaixonado, e não queriam voltar para o mar e para casa. Vinte e quatro dias após deixarem a ilha, os insurgentes deram início ao motim que ficaria marcado na história para sempre.

A relação entre o capitão Bligh e John Jacob passou a tomar ares fraternais, mesmo sendo apenas um serviçal, o menino conquistou a confiança e a lealdade do capitão. Como era órfão de pai e mãe, e havia sido criado por um pulha, Turnistile enxergou em Bligh um pai, e foi por isso que embarcou com o capitão na lancha, junto aos 17 homens leais. Essa é a parte mais emocionante do livro, nela o menino narra os 49 dias em que os marinheiros ficaram no mar, completamente amontoados e contando apenas com uma bússola e a boa memória do capitão para se salvarem. O plano era chegar ao Timor, na África, e procurar ajuda dos holandeses que lá viviam, mas a escassez de comida e água, além da falta de ferramentas apropriadas, dificultaram o percurso e deixaram os marinheiros muito debilitados.

Eu gostei do livro e comecei a fazer parte do Team Bligh. A admiração de John Jacob pelo capitão é contagiante! Só achei o livro muito grande, são 493 páginas, e apesar da linguagem jocosa do narrador, terminei a leitura exausta. Essa obra é mais madura do que as outras do mesmo autor, até mesmo pela conotação sexual, mas não deixa de ser emocionante.