segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

As 10 livrarias mais interessantes do mundo

María Luisa Fundes, do jornal “ABC”, de Madri, escreveu pequenos textos sobre as dez livrarias mais interessantes do mundo. “Para os aficionados à leitura, as livrarias são paraísos inigualáveis e incomparáveis.” Lá, entre as estantes, descobre-se o universo, globaliza-se o conhecimento. Muitas pessoas passam horas circulando entre as estantes, folheando e lendo algumas páginas dos livros. Há aqueles que se empolgam com as capas, e até com o papel, por exemplo o pólen (que não gera reflexos). Às vezes entra-se numa livraria com o objetivo de comprar determinado livro, mas, ao perceber um lançamento interessante, o indivíduo o coloca na sua cesta. Pode ser Joyce, Proust, Thomas Mann, Tolstói, Machado de Assis, Graciliano Ramos, Guimarães Rosa, Bernardo Élis ou Afonso Felix de Sousa. As livrarias bonitas, como as citadas, são uma atração à parte. El Ateneo, de Buenos Aires, assim como outras, é uma atração turística. Os apaixonados pelos livros acabam se tornando também apaixonados pela livraria. É raro uma pessoa sair de lá sem fazer ao menos uma fotografia. Trata-se de uma livraria-museu, que já foi um teatro.

1 — El Ateneo, Buenos Aires


María L. Fundes diz que foi “uma ideia genial converter um teatro dos anos 20, já fechado, em uma livraria de primeira. El Ateneo, de Buenos Aires, é uma das melhores livrarias da América. A seleção de livros é amplíssima. E o entorno [interno] é iniguilável. Permanecem o cenário e o palco. Tudo com novas funções [há um café-restaurante]. Uma maneira brilhante de desfrutar e recuperar edifícios antigos”. Em março desde ano, ao visitá-la, pude ver que Clarice Lispector é um dos destaques nas mesas.


2 — Galignani, Paris



“Giovanni Antonio Galignani nasceu em 1757, no norte da Itália. Depois de um período em Londres, se instalou em Paris, onde criou uma pequena editora, abriu uma livraria e fundou um jornal. É a primeira livraria inglesa na Europa fora das ilhas britânicas. Foi instalada na Rua de Rivoli, onde abriu as portas com as melhores seleções de literatura anglo-americana e francesa, assim como uma seleção sem igual de livros de arte e moda”, diz o “ABC”.


3 — Selexyz Bookstore, Maastricht



A livraria está instalada num edifício onde funcionou uma igreja de dominicanos. Além de bonita, até “impressionante”, é arejada e tem um café. É apontada como “espetacular”.


4 — Livraria da Vila, São Paulo


O “ABC” nota que São Paulo é a “capital gastronômica e cultural do Brasil”. A repórter elogia a construção arquitetônica, do “genial arquiteto” Isay Weinfeld — as portas são estantes —, e diz que, além de bela, a Livraria da Vila oferece espaço para bate-papo, concertos e exposições.


5 — El Péndulo, México


A livraria, diz o “ABC”, é um espaço amplo e relaxante no qual se pode, além de desfrutar das calorosas [e calorentas] tardes mexicanas, olhar livros, discos e vídeos. “Entre as numerosas livrarias, El Péndulo, situada no elegante bairro de Polanco, na capital azteca, tem o toque original de ter plantas em seu interior.” A livraria oferece concertos, cursos e tem um café-restaurante.


6 — Brentano’s, Paris


“A oferta cultural de Paris é ilimitada. Suas livrarias também. Mas a Brentano’s é diferente: trata-se de uma livraria com quase 120 anos e que oferece um repertório variadíssimo para o leitor multicultural, interessado em ler em vários idiomas”, diz o “ABC”. A livraria é especializada em obras norte-americanas, já que a cadeia de livrarias surgiu nos Estados Unidos. Está “situada na Avenida da Ópera, entre a Ópera Garnier, o Louvre e a Praça Vendôme”. Frequentar a livraria “é uma imersão na cultura universal”, sugere o jornal espanhol, apesar de sugerir a especialização americana.


7 — Rizzoli, Nova York




Segundo o “ABC”, é “uma das livrarias mais simbólicas dos Estados Unidos. O espaço é acolhedor, as luzes tênue, o estilo é retrô e a seleção de livros, fantástica. É uma referência em pleno coração de Manhattan. Os livros de culinária são uma das especialidades desta livraria: o presente perfeito. A coleção completa da magnífica Editora Rizzoli está disponível, junto com uma extensa seleção de livros em italiano”, registra o jornal espanhol.


8 — Lello, Porto


“Lello e Irmão é a livraria mais espetacular de Portugal e uma das mais bonitas do mundo. Situada no centro antigo da cidade do Porto, foi fundada em 1869”, diz o “ABC”. Na sede atual, está desde 1909. A mudança foi feita pelos irmãos Lello, seus segundos proprietários. “A fachada é maravilhosa, mas o interior ainda é mais bonito.” Lá tudo é surpreendente. “No segundo piso são feitas exposições de arte e se pode desfrutar de um café.”


9 — Shakespeare & Co, Paris



A livraria é pequena mas é das mais charmosas de Paris — era frequentada por Hemingway, Scott Fitzgerald e James Joyce, que era amigo da proprietária (Sylvia Beach editou pela primeira vez o romance “Ulysses”, pai da literatura moderna). O “ABC” diz que a livraria tem um entorno “acolhedor para turistas e sonhadores”. É “situada em frente ao Sena e à catedral de Notre-Dame, está em pleno coração do bairro dos estudantes — o bairro latino. Como muitas das livrarias parisienses mais interessantes, foi fundada por estrangeiros e tem sido amiúde o centro de reunião de escritores de língua inglesa. Os livros proibidos na Inglaterra e nos Estados Unidos sempre estiveram disponíveis”.


10 — Corso Como 10, Milão


“Carla Sozzani, importante personalidade do mundo editorial do setor de revistas na Itália e irmã da poderosa Franca Sozzani, diretora da ‘Vogue Itália’, abriu a livraria em 1990. Nessa época, era uma galeria, dedicada principalmente à arte e à fotografia. Depois, ampliada, se tornou um espaço para o setor de moda, restaurante e livraria. São realizadas no local exposições, concertos e outras atividades culturais. Sua seleção de livros de moda e fotografia é espetacular”, registra o “ABC”.






terça-feira, 17 de dezembro de 2013

A culpa é das estrelas – John Green



Esqueça tudo o que você já leu na vida sobre câncer terminal, jovens com câncer terminal, jovens com câncer terminal que se apaixonam. Esse livro, meus amigos, alegrou tanto o meu dia que nem parecia que eu estava lendo o relato de uma menina muito doente. Acima de tudo, A culpa das estrelas é um livro fofo e apaixonante.

Hazel Grace é uma adolescente sagaz, concluiu o ensino médio com dezesseis anos e já está na universidade comunitária da cidade onde mora com a família. Só que ela não é uma adolescente qualquer, Hazel é um milagre! Aos 13 anos foi diagnosticada com câncer de tireoide com metástase nos pulmões sem nenhuma expectativa de cura por parte dos médicos, mas após participar de um experimento que previa o uso de drogas novas para diminuir o tamanho dos tumores e impedir o avanço do câncer, conseguiu ultrapassar a estimativa de tempo de vida que havia recebido no hospital.

Ser um milagre não é algo fácil como se imagina, Hazel não consegue respirar sozinha e precisa andar com cilindros de oxigênio à mão, além de ter que conviver com todas as mudanças que a doença faz no corpo do enfermo. Assim, ela acaba ficando deprimida e sendo obrigada pela mãe a participar de um grupo de apoio. É quando Hazel Grace conhece Augustus Waters.

O Gus também é um sobrevivente do osteossarcoma (câncer nos ossos), mas está sem evidência do câncer há mais de um ano. Apesar de ter amputado uma perna durante o tratamento, nunca perde a oportunidade de fazer graça sobre a doença, demonstrando autoconfiança e uma inquietação empolgante a respeito das metáforas. Ele e Hazel são muito diferentes, mas a atração entre eles é imediata. Green o descreve no livro com muito senso de humor, mas os diálogos com Hazel, a forma doce de amá-la, é tudo tão lindo, tão fofo, tão... triste, que muitas vezes é necessário conter as lágrimas.

Essa não é uma história sobre câncer, morte ou cura. É uma história de amor, puro e simples, que pode não ter o mais feliz dos finais, mas é o final que precisava ter.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Drive - James Sallis



"Eu dirijo. Isso é tudo que faço. Não fico sentado enquanto você planeja a coisa ou a prepara. Você me diz onde começamos, em que direção devemos ir, para onde devemos seguir depois, em que horário. Não me meto, não conheço ninguém, não ando armado. Eu dirijo."

Apesar das boas críticas que li na web, não me impressionei com o best-seller de James Sallis. A história é bacaninha, tem um ar de suspense que atiça a curiosidade do leitor, mas eu não curti, não pirei na trama, achei demasiadamente vago e confuso.

Temos como protagonista o Piloto, um personagem enigmático, solitário e com uma bagagem familiar difícil de carregar. Após a morte do pai e prisão da mãe, ele teve que aprender a se virar na vida. Com cerca de 15 anos fugiu do lar adotivo para Los Angeles em um Ford Galaxie que pertencia à família que o abrigou. Já em LA ele conhece um dublê de automobilismo que o acolhe e ensina tudo que sabia sobre carros e a profissão.

Mais velho e mais experiente, o Piloto acabou criando fama nos bastidores de Hollywood e também no mundo do crime. A primeira fuga aconteceu após conhecer Standard, ex-marido de sua vizinha, Irina, por quem o Piloto acaba se apaixonando. Daí em diante vieram outros trabalhos, e com eles alguns problemas. O suspense fica por conta da última fuga que acabou dando errado, colocando as habilidades para sobreviver do nosso protagonista à prova.

Juro que eu queria ter amado cada página do livro, mas a cada capítulo me deparei com um episódio diferente da vida do Piloto. São tantas cidades, pessoas e carros diferentes que ao chegar no último parágrafo percebi que muitas pontas haviam ficado soltas no meio da leitura. É tudo costurado a longo prazo, por isso a confusão.

De fato, essa história foi criada para o cinema. É possível perceber vários elementos de filmes de ação na trama e a forma como o autor brinca com a temporalidade cria um clima plástico, totalmente audiovisual. Eu ainda não assisti Drive, o filme, mas confesso que fiquei curiosa. Nas telonas o piloto é vivido por Ryan Gosling e o diretor Nicolas Refn recebeu a Palma de Ouro em Cannes por melhor direção.


Veja o trailer do filme Drive abaixo: