segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Trilogia Millennium – Stieg Larsson

O jornalista sueco Stieg Larsson surpreendeu ao escrever uma trilogia diferente de tudo o que estamos acostumados a ver no mundo literário. Em uma pesquisa rápida na internet, descobri que a temática presente nos livros deve-se ao fato de Larsson ter presenciado um estupro coletivo de uma jovem quando ele tinha 15 anos. O autor nunca se perdoou por não ter ajudado a garota e passou parte da sua vida combatendo a violência contra as mulheres. A garota em questão se chamava Lisbeth, nome que também foi dado por Larsson à personagem principal da obra. 

A trilogia é composta por Os Homens Que Não Amavam as Mulheres, A Menina Que Brincava Com Fogo e A Rainha do Castelo de Ar. Dos três, gostei mais do primeiro por ter uma história completa, com início meio e fim. Quando você termina a leitura se sente satisfeito, agora se você pega o segundo volume para ler e não engata o terceiro na sequência, pode acabar se perdendo no meio da trama. A obra é cheia de mistérios e cada volume apresenta uma série de eventos que precisam ser investigados por uma dupla nada convencional.

Mikael Blomkvist é um cidadão modelo, o tipo de jornalista que a maioria dos estudantes de jornalismo sonha em ser durante a faculdade. Ele é um dos donos da revista Millennium, publicação importante no cenário midiático da Suécia, mas acaba se colocando nas manchetes ainda no primeiro livro, quando vai parar na cadeia após ser processado por um empresário que foi denunciado em uma de suas matérias. Tenho a sensação de que o autor tenta exprimir um pouco de sua personalidade, mesmo que de forma fantasiosa, no personagem de Blomkvist.

A outra personagem, Lisbeth Salander, não é uma mocinha clichê, ela faz mais o tipo heroína. Uma garota com uma inteligência fora do normal, que lutou a vida inteira contra um sistema corrupto que destruiu a sua vida quando era criança, o que a acostumou a ser invisível e, apesar de sua aparência punk, nunca gostou de chamar atenção. Consigo contar nos dedos de uma mão as pessoas que ela consegue confiar e que irão ajudá-la a provar para o mundo que ela foi apenas mais uma vítima nas mãos de funcionários de um governo sujo.

Os livros já foram lidos por milhares de pessoas ao redor do mundo, na Suécia uma entre quatro pessoas leu pelo menos um exemplar da série, ou seja, sucesso garantido! Cineastas suecos começaram a filmar a trilogia em 2009, ainda não assisti, mas já li em alguns sites especializados que são versões muito fiéis. Hollywood também se rendeu à trama e Os Homens Que Não Amavam as Mulheres foi parar nas telonas em 2012, e mesmo com os boatos de que a Sony estaria cogitando gravar a continuação, até o momento não há nada de concreto.

Pesquisei um bocado sobre a vida de Larsson e lá em cima afirmei que tinha a impressão de que Mikael possuía muito da personalidade do autor. Ambos eram jornalistas, donos de uma revista polêmica e de grande importância no contexto social da Suécia e abominavam qualquer tipo de falta de moral no caráter humano. Mas o que mais me fez relacionar criador e criatura foi o fato de Mikael lutar até o fim para salvar a pele de Lisbeth, coisa que Stieg Larsson não conseguiu fazer pela jovem que viu sendo estuprada quando ele era apenas um menino.

O autor faleceu em 2004, aos 50 anos, pouco depois de entregar aos editores a Trilogia Millennium e, apesar de ter recebido várias ameaças extremistas pelo o que ele publicava na revista, a causa da morte foi infarto.

Confira o trailer do filme Os Homens Que Não Amavam as Mulheres!


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